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Leviatã

by Kovtun

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1.
Nostalgia 04:44
2.
3.
4.
5.
Anatomia 06:11
6.
Apt. 43 05:23
7.
Budismo 04:18
8.
9.
10.
11.
Isa 06:21
12.
13.
Pêndulo 05:07
14.
15.
16.

about

A imensidão de Kovtun
por Leonardo Baldessarelli

Andando pelas ruas de São João da Boa Vista, um homem encorpado, de estatura mediana e barba desenhada em traços estreitos, se perde em pensamentos. Palavras como cárcere, traição, grosseria, morte, injustiça e azar se misturam com outras menos mórbidas, como amor, inspiração, amigos, resiliência, verdade e terapia. Sua mente, mesmo calcada por décadas de movimentos bruscos e adaptações, ainda tenta entender a sucessão de eventos destrutivos dos últimos doze meses. A culpa e a autopiedade andam de mãos dadas e formam o último ingrediente de um caldeirão de sentimentos dicotômicos, que transborda enquanto tenta se convencer de que pouco ou nada faz sentido, de que o controle pleno das coisas é uma piada de mau gosto espalhada pela moral religiosa.

Enfim ele chega em sua casa, esquenta a sopa pronta que trouxe em sua sacola, adiciona um pouco de batata palha e vai em direção a uma pequena sala, onde guarda os equipamentos do seu estúdio caseiro. Naquele espaço, ele encontra um pouco de paz, mesmo que esse sentimento parta de dinâmicas caóticas, irregulares e intuitivas. A música implode dos seus afetos e consegue a façanha de ampliar suas dicotomias, sendo uma válvula de escape ao mesmo tempo que o cerca de memórias dolorosas. O saldo disso tudo também é uma incógnita, partindo de incertezas sobre o quão bem esse processo faz para sua psique, até reflexões sobre a qualidade do que foi produzido e a forma como deve ser apresentado. No fim das contas, o simples fato de que algo foi feito e está pronto é um alívio por si só, um sinal de que uma mínima coisa está sob controle.

Sim, é a história mais velha do mundo. Música como terapia. Sons sombrios surgindo de uma mente perturbada que tenta se encontrar no mundo. Obras melancólicas que são frutos de um período trágico na vida do autor. Em “Leviatã”, mais uma vez tudo isso é relacionado e é essencial para compreender o que está acontecendo no mundo musical do disco. Dos nomes das faixas às assombrações sonoras, das orquestrações digitais às ambientações sinistras, tudo nasceu de potências que caminham entre a autobiografia surrealista e a revolta ruidosa. E como em toda obra de arte, tentam encontrar profundidade representativa a partir de uma experiência única. Se sucede ou não nesse objetivo, será sempre uma dúvida - mas a força está por lá, afinal, poucos sentimentos foram tão universais nos últimos anos quanto a tensão e a insegurança.

“Leviatã” é o novo projeto do Kovtun, alter ego do artista experimental paulista Raphael Mandra, membro de bandas como Rádio Morto, Dosanjos e Suínos. O álbum é o décimo-quinto da sua prolífica carreira solo, um nome representativo da música ambient e experimental brasileira cujo primeiro disco (“The Complete Soundtrack of Suicide”) está completando 10 anos em 2023. São 16 músicas que ampliam o tapete sonoro em que Raphael dispõe suas ideias, partindo de seu passado de sons obscuros para mergulhar em referências do post-industrial, como Coil e os trabalhos mais atmosféricos e instrumentais do Nine Inch Nails. “Leviatã” já está disponível em todas as plataformas de música e no Bandcamp, com distribuição do selo Sinewave.

Em sua forma intuitiva e quebradiça, a obra nasceu de um período de extremos na vida do artista e representa em parte uma autobiografia dos seus últimos anos. De um emaranhado caótico de ideias e sentimentos, a musicalidade do projeto parece ter aflorado mais do que nunca, com linhas harmônicas hipnóticas em faixas como “Anatomia” e “Raio 2, Cela 2”, e instrumentais sensíveis convivendo com ruídos em músicas como “Pêndulo”, “Rodoviária Neon” e “Isa”. Já em “A Morte do Palhaço”, “Apt. 43” e “Cidade Escura”, o Kovtun soa ainda mais sombrio do que no passado, aperfeiçoando o som que tornou o projeto conhecido e criando camadas sinistras que não devem nada a trilhas de filmes de terror.

Raphael nunca escondeu que a base do seu fazer musical é a intuição, e depois de 10 anos de experiências, com imersões próprias, uso de inúmeros instrumentos musicais e muitas parcerias, ele prova que mesmo o caos pode ser lapidado, lançando um dos seus trabalhos mais extensos e impactantes.

“Leviatã” foi produzido majoritariamente no segundo semestre de 2022 e é formado em grande parte por instrumentações digitais guiadas por sintetizadores e teclados, colagens sonoras de ruídos e ambientações, guitarras, baixo, bateria e piano digital. Produções e gravações foram realizadas por Raphael Mandra, a mixagem é de Jorge Mourthé, a masterização é de Abel M. Neto e a arte da capa é de Fran Gimenes.

credits

released March 10, 2023

Produzido por Raphael Mandra
Gravado por Raphael Mandra
Mixado por Jorge Mourthé
Masterização Abel M. Neto
Arte: Fran Gimenes
Produção geral: Raphael Mandra, Jorge Mourthé e Abel M. Neto

Sinewave 2023


Caso queira ouvir a versão com vocais e letras: radiomorto.bandcamp.com/album/leviat

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all rights reserved

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about

Kovtun São Paulo, Brazil

KOVTUN (Raphael Mandra) is an noisemaker and occasional musician. Known for his (sur)realist sound, he has developed his own unique style; a style characterized by its dream imagery and meticulous sound design and extreme dark ambient. The surreal, and in many cases, violent, elements contained within his art have been known to "disturb, offend or mystify" audiences -
unknown author , circa 2015.
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